segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

tartamudeando no deserto


Começar, com sofreguidão. A parte mais difícil. Ou mais fácil, alguém diz. Do alto do meu forte no deserto, de onde perscruto as silhuetas, as reverberações. Mas meu sonar é frágil e meus olhos imprecisos.
Quando assoma-se um ponto sombreando o solo árido, despejo-lhe minha artilharia, que é louca pra ver, pra sentir. Pra não ser mais, no limiar da explosão. E explodir em sua extensão, sulcando-lhe o corpo com a generosidade de um impacto cego. Não, ela não é belicosa, pelo contrário, mas tão intensa quanto.
No fundo é isso, eu acho:
Sofro do meu vício de acreditar. Acreditar chorando.

Some fellow officers are eagerly awaiting an attack; some no longer want to believe in it; others take advantage of the vague threat to further their career. All of them are sacrificing everything -- health, youth, friends, family -- for a distant military ideal: leading the defence against the onslaught of the enemy. But in the vast emptiness surrounding the fortress, nobody has ever sighted the Tartars...

2 comentários:

Emmanuelle Kant disse...

Quando vi O Deserto dos Tártaros lembrei de Beau Travail.
(ia até fazer um post chamado In the company of men, relacionando os 2 filmes, mas acabei não fazendo)
Quando reli O Imortal lembrei d'O Deserto dos Tártaros.

Madame Natasha disse...

E – e não esquecer que a estrutura do átomo...
O deserto.