quinta-feira, 30 de abril de 2009

sábado, 25 de abril de 2009

son nom de venise dans calcutta désert


E o calor era mais uma vez o calor de Calcutá.
O passeio lento do olhar, a profusão de vozes úberes.
O tempo devora, e o espaço continua sedimentado, basáltico, em concretude dura, indiferente. Essa indiferença é o mapa da Índia, são todos os mapas sobre os quais somos, caminhamos, dizemos, sentimos.
Cartografia bruta e deserta do desejo, dos corpos ausentes, macroscopicamente diluídos.
Foram.
A certeza, derradeira certeza do que sobra de desejos silentes, vontades frementes, de procuras desesperadas, é a imagem do tempo, do espaço esquecido, empoeirado, as paredes carcomidas, rotas, os rostos apagados, os ecos, as cidades desfazendo-se, refazendo-se, e seus nomes num papel.

: a imortalidade não passa por ali, ela pára e contorna.