domingo, 15 de fevereiro de 2009

pra que rimar amor e dor


Fui procurar alguma coisa relevante que tenha ocorrido hoje mas não achei nada. Contentei-me com a afirmação despida de fundamentos de que hoje foi o dia em que Sócrates foi condenado à morte por cicuta. Nem é possível saber se Sócrates de fato existiu, porque nada deixou escrito. Enfim, alguém acreditou na morte de Sócrates e pintou La Mort de Socrate. E eu também vou fazer de conta.
Fui olhar meu caderno da época em que estudava Filosofia, minhas anotações e tal. Agora nem lembro se eram originais ou fichamentos. Só sei que foram pra estudar pra única prova que fiz lá, sobre tragédia ¬¬.

- Antes da tragédia, segundo Nietzsche, havia a era do estático, traduzida pela arte das formas da escultura, que representava a visão apolínea do mundo. O elemento dionisíaco era encontrado nas farândolas dos festivais, na bebida e, sobretudo, na música. A combinação de todos esses elementos em uma só forma de arte deu origem à tragédia.
- Apolo e Dioniso representam antíteses estilísticas que caminhavam juntas, quase sempre lutando entre si, mas que se fundem, formando a obra de arte da tragédia ática. O elemento dionisíaco era encontrado na música, enquanto o apolíneo era encontrado nos diálogos que davam concretude simbólica e recortavam a exultação dionisíaca. Não só as imagens agradáveis e belas são vistas, senão as sérias, tristes, obscuras e tenebrosas.
- O herói da tragédia não luta contra o destino, mas apresenta-se ao destino em sua desgraça, ante o mundo de espanto que acaba de conhecer.
- A dialética, ao contrário, é otimista: crê em relações de causa e efeito e, portanto, em relações necessárias de culpa e castigo, virtude e felicidade. O herói é capaz de defender suas ações com argumentos e contra-argumentos. Aí está presente a idéia socrática de que "o virtuoso é o feliz". [/grandes-merdas-ser-adevogado]
- Goethe: "Todo o trágico se baseia numa contradição irreconciliável. Tão logo aparece ou se torna possível uma acomodação, desaparece o trágico".

Lembrei das agruras de Aquiles em sua contradição entre lutar e morrer jovem ou envelhecer e ter vida longa. Amar e sofrer. Amar ou sofrer. Juliette Binoche no final de Bleu.

Botei na balança e você não pesou

[http://www.youtube.com/watch?v=0x2mpUQTCqw]

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